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quinta-feira, 31 de maio de 2012

Fechadura enferrujada.

O mundo não é tão feio assim.
Nem bonito assim.
Nem tão complicado assim.
Nem ideal assim.

O mundo não é tão grande.
O mundo é tão pequeno.
Tão fraco, baixo, falho
E ao mesmo tempo, tão imenso... 
Quando existe alguém, 
Especial do outro lado.

O mundo é mundo.
Mas nem tem importância mais.
Medo não há.
Compreensão não há.
Vivo nessa atual volubilidade.

Tudo se perde em,
Moléculas e átomos.
Tudo resume-se à milhas,
Bem pra lá do centro-oeste...

Mas, a culpa é toda do mundo.
Das coincidências. 
Minha, sua...
Ou, da fechadura enferrujada do meu,
 Novo/velho coração.


Tatiane Salles.

quarta-feira, 30 de maio de 2012

Maior desejo.

Seu desejo é o maior.
O Seu desejo é o mínimo dos fatos.
Escorre, navega, inunda.
Consome-se à proliferação do ato.

Corações, suores, corpos,
Bocas, peles, poucas...
Verdade imunda,
Essa que corre. 

Amores, faces nuas.
Cavalheiro eterno.
Devaneios, sua mão na tua.
Laceadas por fita vermelha, cor paixão.
Neste hoje, amanhã...
E, talvez, nunca.
Ela só espera pela sensação...
De estar perto,
Do, seu maior desejo.


Tatiane Salles.

terça-feira, 29 de maio de 2012

Que se lembre.

"Eu acredito em você!"
É, assim em negrito e em fonte maior.
Para ter mais força.
Só para que não se esqueça.

E se caso algum dia se esquecer,
Lembre-se imediatamente que você existe.
Não se ignore, não desacredite.
Não dê tchau aos seus sonhos, tuas vontades.
Não pare de se sentir, ou de ter sentimentos.

Diante desse presente duvidoso,
Desse futuro improvisado,
O que irá te acontecer,
É fruto do que habita dentro de si.

Que as decepções façam parte.
Até certo ponto, à ponto, que...
As supere e ás vença de cabeça erguida.
Sem frustrações.

Não se deixe levar pelo cansaço dos dias,
Pelo descrer do corpo.
Ou, pela fé, que ás vezes, sem querer lhe oscila.

Que os obstáculos sim, existam.
Mas que se quebrem ao meio.
E que você não os trespasse simplesmente,
Mas que os demitam e os derrubem.
É natural, faz parte do nosso show!

Que todas as barreiras e todas as portas,
 Não te impeçam de ver as janelas.
Que não deixe o embaço dos vidros,
Ofuscarem a beleza do seu rosto.

Que os dois lados da moeda não te enganem mais.
E sua superação não seja sinônimo de risos forçados.
Que não se submeta, mas que se arrisque
 Quando sentir que é necessário.

Que não se assuste tanto com as inconstâncias.
Pois elas são mesmo inerentes.
Que evite momentos de ansiedade,
Esses não te fazem muito bem. ("Te conheço.")

Que você não fuja das emoções,
E nem permitam que elas te derrubem,
Caso sejam,
O oposto do seu desejo.

Que principalmente, não deixe de acreditar em você.
Que de verdade, não se esqueça.
Que não se permita.
Que não se permita à ir embora.
Que seja doce.
Que repita vinte vezes, todos os dias,
"Que seja doce, que seja doce...".
Que se recorde da vida.
Das coisas ruins, das coisas boas.
De você, de nós.
De "nós"...
Que se lembre.

Tatiane Salles.

segunda-feira, 28 de maio de 2012

Luzes acesas.

Acendem.
As luzes internas da "região urbana".
Diante dessa iluminação, vejo que,
O que parecia ser escuro,
Não tinha carência do claro,
Era apenas, incerto.

A nudez do seu eu,
Ao me encontrar no escuro, 
Era indiferente,
Tal, como se fosse à claridade.

O simples contato de quem se "dispunha"...
Agora consigo enxergar que, 
À relevância disso tudo em completo,
É bem menor, que,
Minha percepção poderia consentir.

O oposto da luz e do breu.
Do incerto e do claro.
Vejo o quanto se unem e se completam.
Vejo o quanto "justificam-se"
E o quanto se estendem inexplicavelmente.

Ah, mas amanhã é outro dia!

Há pouco, às luzes se apagarão...
E eu, espero estar por aqui.
Nesse espaço sem linhas.
Com esses versos sombrios,
Que se leem sem companhia,
Mas que se despertarão,
Ao raiar dos meus mais novos sentidos.
E, das luzes acesas


Tatiane Salles.

sábado, 26 de maio de 2012

Lágrimas.

É!
Aquele chafariz ambíguo,
Que nasce do profundo da alma,
E transborda pela fonte mais natural de um ser.
Ponto de foco e equilíbrio do corpo e da "fala".

É! 
Aquilo que todos já obtiveram, 
Orvalho, deserto, riacho, serenos patamares.
Que ultrapassaram deles, e te deixaram menos que sua metade.
Colinas, ruínas, nas cercas que os cerca.
Ou, algo que te trouxe/traz felicidade.

É!
Aquilo que dá sinal quando se nasce.
Que embala a vida na alegria e na tristeza,
Que mostra emoção no mais "inocente" dos olhares.
Que coexiste na ausência e na presença.
Na saudade do que já se foi, ou do que permanece, 
E não é mais seu.

São...
Prantos.
Transparentes águas.
Lacunas "escuras", notório "buraco"...
São... Lágrimas


Tatiane Salles.

sexta-feira, 25 de maio de 2012

Desenho de nós.

"Brincando".
Com lápis e pincel,
Tamanho enquadro,
Unindo-nos no papel.

Casamento sem concórdia,
Estável ou financeira.
Sem qualquer regra interferir
E com isso me importar.
Contentando-me somente em te ter,
Em um simples,
Em um modesto, simples e
 Exclusivo rabiscar.

De eu e você, juntos...
No desenho de nós.


Tatiane Salles.

quinta-feira, 24 de maio de 2012

Insônia.

Anoiteceu!
E o relógio...

Tic-tac, tic-tac, tic-tac, tic-tac.
Tic-tac, tic-tac, tic-tac, tic-tac.
Tic-tac, tic-tac, tic-tac, tic-tac.
Tic-tac, tic-tac, tic-tac, tic-tac.

Tic-tac, tic-tac, tic-tac, tic-tac.
Tic-tac, tic-tac, tic-tac, tic-tac. 
Tic-tac, tic-tac, tic-tac, tic-tac.
Tic-tac, tic-tac, tic-tac, tic-tac.

Tic-tac, tic-tac, tic-tac, tic-tac.
Tic-tac, tic-tac, tic-tac, tic-tac. 
Tic-tac, tic-tac, tic-tac, tic-tac.
Tic-tac, tic-tac, tic-tac, tic-tac.

Pausas...
Regadas à luz sem claridade,
Solidão e tormento...
Madrugada fria em desalento.
E por entre as interrupções ainda...

Tic-tac, tic-tac, tic-tac, tic-tac.
Tic-tac, tic-tac, tic-tac, tic-tac. 
Tic-tac, tic-tac, tic-tac, tic-tac.
Tic-tac, tic-tac, tic-tac, tic-tac.

Tic-tac, tic-tac, tic-tac, tic-tac.
Tic-tac, tic-tac, tic-tac, tic-tac.
Tic-tac, tic-tac, tic-tac, tic-tac.
Tic-tac, tic-tac, tic-tac, tic-tac.

Tic-tac, tic-tac, tic-tac, tic-tac.
Tic-tac, tic-tac, tic-tac, tic-tac.
Tic-tac, tic-tac, tic-tac, tic-tac.
Tic-tac, tic-tac, tic-tac, tic-tac.

Amanheceu!


Tatiane Salles.

quarta-feira, 23 de maio de 2012

Olhos.

Olhos. 
São apenas aqueles que me veem, sem ver.
Aqueles que me escutam, sem voz.
Olhos, intrigantes e misteriosos são os seus.
Olhos sadios, que me leem,
Que me adoram, que me "odeiam",
Que me olham!
Que são "cegos", mas me percebem.
Olhar que, sentidos, não difere.
Olhos sem rumo, vazios,
Escuros olhos.
Enigmático e displicente aos, que, com ele, sem prestígio.
Tão meigos olhos.
Sarcásticos, irônicos, talvez.
Olhos que me entendem
Que me fazem freguês.
Olhos que permanecem Só Para Dizer que estão presentes,
Mas que sobretudo, são lindos!
 Lindos olhos são os seus.
Pálpebras que se descolam ao ver,
Pupilas que se cobrem, e me enxergam ao mesmo instante.
Olhos que não me querem machucar,
Que também sofrem, que tem medo...
Olhos...
São esses mesmos olhos, que merecem o olhar dos meus.


Tatiane Salles.

terça-feira, 22 de maio de 2012

Estranho seria...

Estranho seria se:
Eu não me encontrasse,
Com as minhas próprias contradições,
Esbarrando-me, gostando-te,
Negando-me e dubiamente afirmando que não.

Estranho seria se:
A chuva lá fora,
Não molhasse aqui dentro,
E eu não sentisse o frio do tempo,
Mesmo com à janela fechada.

Estranho seria se:
De dia, eu não brincasse de boneca, 
Não acreditasse em lobisomem,
Se à noite, eu não fosse à festas.

Estranho seria se:
Eu não vivesse em um mundo particular,
Se eu não tivesse "inimigos",
Não gostasse de palhaços, jujubas,
Se eu não sofresse dúvidas.

Estranho seria se:
A vida não fosse feita dessas e outras,
Se em todo desencontro não existisse aquele vazio inerte,
Dolorido, incerto, evasivo...
Se tudo fosse coberto em flores.

Estranho seria se:
Às vezes eu não sentisse saudades de mim.
Se o mundo não fosse dividido em ângulos,
Pedaços pequenos, pequenos pedaços...
Estranho seria, se nada fosse estranho.


Tatiane Salles.

segunda-feira, 21 de maio de 2012

Ausente.

Sei...
Que estamos por aqui como hóspedes.
E que existe mesmo essa caverna de dragões,
Temidos dragões,
Cuspidores de fogo, que no peito arde.

De todos os que passaram por ela,
Queimaduras de terceiro grau,
Sofreram, por indeterminado tempo, 
Inquietamente, sem anseios,
No final.

No final,
Final deprimente...
Cercado por corações despedaçados e sangrentos,
Por aquilo que foi imperfeito,
Mundo do qual hoje, me faço ausente.

Ausente, das cavernas do amor.


Tatiane Salles.

domingo, 20 de maio de 2012

Levitar.

Voar, como avião.
Se expor como um foguete no espaço,
Andorinha num pedaço,
Azul do céu.

Levitar!
Como os agentes de Yoga,
A astrologia e contrastes da Boreal Aurora,
Como quem sabe usar o rascunho de um papel.

Voar, como avião.
Como quem não quer se aparecer,
Balões, Aza Delta...
Queda livre,
Sem temor, fobia ou medo de para-quedas.

Levitar!
Neste tão medo de ficar só.
Na solidão que fica à bater na porta,
Da brisa que vem de leve com contentamento,
Mas que se contraria, não contagia,
Pega seu voou e vai-se embora.

Voar, sem tristeza interior.
Em busca da verdade, abelha-e-mel.
Sem ter como retornar.
Ser livre, sem destino de viagem,
Sem malas, perturbações, passagens
E sem ter azas pra voltar.

Levitar...
Sobre à esfera de outras galaxias.


Tatiane Salles.

sábado, 19 de maio de 2012

Reflexo.

Eu fico calado.
Fico calado.
Calado...
Quando me alcança essa metamorfose de "poeira".
Eu fico bem quieto.
Fico bem quieto.
Bem aquieto...
Quando o mundo inteiro fica torto, bobo, sem eira, nem beira.

Tenho plena lucidez quando sinto que a saudade não é, ou, nunca foi...
E, há perco com a mesma facilidade minutos depois.
Dizem com autoridade, afirmam com total convicção,
Que vivo em constante medo! (!?!)
Em oculto, descrito, reservo e que opto sempre pelo meu mais "suave" silêncio.

Em voltas e meias, dadas em circulo,
Círculos retangulares, círculos quadrados,
Círculos circulares, no alto da maresia,
Eu aprendi que todo clichê do silêncio, tem relevo, idéias, desejo,
Tem direção/segredo, quando se recitado em poesia. 

E mesmo que ela não te invada...
Eu sou o reflexo do teu indireto silêncio!


Tatiane Salles.

sexta-feira, 18 de maio de 2012

Sem calos.

Procuro incansavelmente,
"Cerâmicas" diferentes para pisar.
Com o meu salto alto fino,
Que a décadas é o mesmo,
Mas que de costume e apego,
 Tenho medo de trocar.

E é com ele que perambulo,
Sobre as estradas do metro da metrópole,
Em direção ao mundo novo,
Destino à "Nova York".

Com olhos esbugalhados,
Os noviços rebeldes me olham,
Talvez fosse o andado elegante,
Pelos olhos escuros, 
E à cor de pele,
Ou, até mesmo, pelo cabelo em estilo afro-reggae/americano.

De apé, sem calos, em nenhum dos pés,
Inventando à minha direção,
Cobrindo-me com uma sombrinha dos espinhos da vida...
Andava sobre "multidões", entre lugares
Nesta mais desabituada oportunidade.

Preto e branco,
Em ritmo "intenso",
Vagarosamente, por obstáculos, caminhando...
Persistindo-me na imensidão,
Só não querendo me encontrar...
Deparar ou redescobrir.
Há nova sensação,
 De, à alguém, me apegar.


Tatiane Salles.

quinta-feira, 17 de maio de 2012

As cartas que eu não mandei.

Nestas folhas brancas,
Sem pautas, sem ouvidos,
É que escrevo o meu passado,
Antes em deslumbro júbilo, 
Hoje em hostil retardo.

Tem falhas,
Acertos,
Versos,
Possessos.
Tem linhas invisíveis,
Linhas sem novelo,
Praxe de paradoxo,
Paradoxo de praxe, 
Redundância de contexto
E figuras de linguagem.
Tem dueto em solo, 
Solo em conjunto,
Diversas ações...
Tem saudades no peito,
Direito e esquerdo,
Contradições...
Tem um bilhete de e-mail na caixinha,
O último que você me deixou,
Depois da nossa penúltima briga.
...
Tem uns momentos na memória,
Uns nós na garganta,
Acordes no violão,
Nossas trilhas,
Tem as letras que eu compunha,
Enquanto você dormia.
Tem aquela conversa sem conclusão,
Concelho sem razão,
Escondido ciúmes,
Lagoa sem cardume,
Chuva sem proteção.
Tem aquela noite sem dormir,
Aquilo que só a gente entendia,
O perfume nos sonhos,
Pipoca e cinema,
Lar-doce-lar.
Tem sorriso vazio,
Descontraído, 
Provocado,
Ameaçado,
Contido.
Tem lágrimas que voou,
Por falta de um abraço,
Que "nunca",
Desabrochou.
Tem prosa, tem flor e tem tristeza.
Tem mensagens inesperadas,
Tem gente que se esqueceu,
Tem "inesperada" ausência,
Tem pessoas que do nosso "amor", ainda se lembra.
Tem canto, tem tinta, tem indiferença e tem magia.
Tem "história"...
Tem "estória"...

Tem...
 As cartas que eu não mandei.


Tatiane Salles.

quarta-feira, 16 de maio de 2012

Vai chegar o dia, em que...

Vai chegar o dia,
Em que, eu não terei mais lugar.
Se já chegou, e você vê, não espere o instante,
Me cubra de abraços, 
Me faça no cabelo um laço,
Coberto por rosas vermelhas.

Vai chegar o dia,
 Em que, eu serei somente minha.
 E quando este dia chegar,
Não se apavore,
Me ignore,
Provavelmente,
Eu só queira à sua presença.

Vai chegar o dia, 
Em que, metade do meu eu não será mais seu,
E quando este dia chegar,
Já não quero aqui mais estar.
Só peço que acredite...
Que nada entre nós dois, foi em vão!

Vai chegar o dia, em que,
As lembranças, só serão elas mesmas.
Que sua saudade de mim habitará este lugar,
Como nosso sentimento, hoje, à esmo.
Perdidos, à ventania.

Vai chegar o dia, em que, as repetições das palavras,
Não terão mais sentido,
Bateria que desacelerá à emoção, 
Barulho, barulho...
Tambor disparatado...
Inadequada sinfonia.
E quando este dia chegar,
Essa certamente não mais será,
À minha doce-e-florida poesia.

Vai chegar o dia,
Em que, eu viverei avessamente,
Persuasivamente, dentro de mim.
Nas montanhas do sul...
E quando este dia chegar,
O céu daqui não terá,
Mais esse suave e exaltado,
Claro e mesclado azul, que, tanto almejávamos.

Vai chegar o dia, em que...
Eu morrerei!


Tatiane Salles.

terça-feira, 15 de maio de 2012

Venha sol!

Sol...
Venha sol!
Esquentar à escuridão do teu último beijo.
Venha sol!
Traga consigo toda paz,
E sossego.
Venha sol, faça-a sentir os seus permanentes raios,
Que sua força resplandece, ouro, em pele...
Mas tenha cautela, não à queime,
De feridas já se bastam aquelas,
Que o outro "afeto" minguante lhe deixou.
Venha sol! 
Invada sua alma que necessita de claridade,
Venha sol!
Escolha por ela o amor, que, sempre teve vontade.
Sol, venha!
Fique aqui, quando a noite estiver lá fora,
Só se ponha quando a lua estiver cheia,
De esperanças, encantos,
Aconchego tamanho, serena...
E quando esse período  passar,
Ela sera à primeira à chamar:
Renasça... 
E sem ondulações,
Venha sol,
Sol, venha!!!


Tatiane Salles.

segunda-feira, 14 de maio de 2012

Recordo-me...

Recordo-me...
Do encontro inesperado,
Do "amor" que lhes deixava,
Tolos, gigantes bobos,
E que foi, "ocasionalmente", dilacerado.

Recordo-me...
Do medo que lhes assopravam as costas,
Das mascaras que os envolvia,
Da falência múltipla de ambos os corações,
E da dormência, em revelia.

Recordo-me...
Da não admissão...
Da "ingenuidade" do casal,
Que se eram apaixonados...
E que erros inconsequentes,
Os pusera, sobretudo, um do outro ausente...
Acabados, mutilados!

Recordo-me...
Das cenas finais.


Tatiane Salles. 

domingo, 13 de maio de 2012

Amor tão puro, amor tão raro. (Feliz dia das mães!)

Mamãe, ser mais belo.
Ser tão lindo.
Pedra radiante, que brilha,
Minha luz, minha diva, que reluz...
E quem abaixo de Deus, me deu à vida.

Palavras são pouco,
Presentes são mínimos,
Amor tão puro, amor tão raro,
É o que por ti, sinto.

Quero te ter pra sempre,
E que esse pra sempre seja mesmo eterno enquanto dure,
Todos os abraços, alegrias, inesquecíveis momentos...
E já, pelas, brigas e desentendimentos,
Eu peço, que, por favor, me desculpe.

Saiba que:
 Ás minhas horas é pra ver você ao lado,
E que o meu prazer é te ter todos os dias aqui comigo,
Minha querida.
E que o meu sorriso é mais largo,
Que todo cansaço parece mais fraco,
Ao ouvir você me chamar de, filha.
Parabéns pelo seu dia!

(Homenagem à minha mamãe, Valéria. E à todas às mamães... Feliz dia das mães!)


Tatiane Salles. 

sábado, 12 de maio de 2012

Retrato vivo.


Ela atravessava limites,
Permitindo-se à qualquer sentimento,
Sem medo de ser feliz,
Sem ter porque, sem se compreender.
Seca em chafariz.

Vestia blusas coloridas, 
Para tentar transmitir,
O que nem ela sabia.
Compartilhava felicidade,
Quando, talvez, na verdade, 
Nem mesmo sentia.

Ego-contraditório.
Lembranças unitárias,
Reunidas e vividas,
Entre almas, álbuns e físico.
Desculpas, ações,
Encontros e separações,
Fotografias de um retrato vivo.


Tatiane Salles.

sexta-feira, 11 de maio de 2012

Muita das vezes...

Muita das vezes,
Reconheço além da minha memória,
Além dos mares, penínsulas,
Além da poesia que me aflora.

Muitas das vezes,
Me sinto tão minuscula,
Outras tão imensa, quanto,
O significado de um sorriso comum.

Muita das vezes,
Ao olhar no espelho, eu me ignoro,
Logo após, me sinto tão só comigo mesma,
E me pego estendendo-me os meus braços ao meu mais arrogante eu.

Muita das vezes me nasce palavras,
Idéias jogadas...
E no alto espanto, eu grito como tantos...
Sejam-bem-vindas.
Outras, perco a razão e no meu coração,
Sem seu amuleto, inteiro,
Vejo que, ás vezes, o "muita das vezes" é o meu único ponto de partida.


Tatiane Salles.

quinta-feira, 10 de maio de 2012

Encerro.

Não sei o que te dá.
Na metade de mim, 
Que me trazias, enfim,
Votos mal feitos, imperfeitos,
Quando em hora, ainda, me ignoras...
E, o quê me dá?

Meu prazer que desafinava,
Diante dessa Bossa Nova linda,
Que insistentemente, se posicionava. 
Nesta música que zumbi. 
Com tom, ás vezes fúnebre,
Que tinha voz, mas não se ouvia.

E que destoava sua afinação,
Em meu íntimo, das mágoas, infinito...
Entre modos subjetivamente peculiares, 
Iguais os de antes, 
Tão como seu jeito de demonstrar,
Único e irrelevante.

Logo me livrando,
Desse teu mundo sistemático e irônico,
Do "amor" que era platônico.
Que iludia, e ainda, pouco perturba...
Me deixava calvo,
Em outro espaço, outra rua.
E como tal, doía.

Proporcionalmente, 
Em um intervalo de tempo, 
Tudo tomaria nova frequência.
Faria resplandecer nova paciência...
Sem que eu estivesse assim,  me recuado.
Para que nada agisse contra o vento,
"Agradáveis"/"inválidos"/"perfeitos" momentos.
Isto é, se tu não tivesses me desligado...
Como estes próprios versos, 
Que hoje aqui, sobre você, eu encerro.


Tatiane Salles.

quarta-feira, 9 de maio de 2012

Se...

Se, você,
soubesse
sentir
saudades,
sem
sentir
solidão...
Seria
simples
sorrir
sem
sofrer.


Tatiane Salles.

terça-feira, 8 de maio de 2012

Contraventores do amor.

E de tantas sensações,
A que mais me impressiona,
É essa afinidade que,
Eu ainda tenho com à sua pessoa.

Tão simples era:
Como vaga-lume que iluminava,
Estrela cadente que brilhava,
A forma com que carinhosamente a gente se tratava,
(E isso nem tanto tempo faz.)
Fruta madura que caía do pé.
 (Que hoje, não mais.)

Tão complexo é:
Como instável relacionamento,
Fim sem real argumento,
Discussões sem pazes,
Sem termos, seres leigos,
Como humanos de fases.

E toda convivência...
Lá se foram...
As coisas bonitas que em questões de horas se transformaram,
Em jogos de comédia, sem diversão,
"Alegria" com dor,
Pênalti sem faltas,
Sentimentos sem palavras...
Contraventores do amor.


Tatiane Salles.

domingo, 6 de maio de 2012

Enquanto...

Enquanto escrevo estes versos,
Percebo que o vazio é o mais triste,
Enquanto minha mente insiste,
Que o amor ainda existe...

Enquanto discutem a minha aparência, 
O meu eu pede licença, 
Para o amor não encontrar vagando, 
E por você de novo se apaixonar, (mesmo já estando).

Enquanto meço minhas ações,
Vejo que o alcool aflora meu sentimentos,
Porém não tira o tormento,
E nem volta no tempo.
Ah, se voltasse...

Maldito relógio cronológico, 
Me fez perder no espaço,
Fazendo de mira meu coração,
E o quebrando em pequenos pedaços.

Enquanto penso em você, 
Me pego contradizendo comigo mesmo, 
É inevitável, 
Eu não esqueço.

 Ficaram guardados, 
Bordados, remendados, 
Os mesmos cacos que até hoje eu tristemente carrego,
Entre-linhas, entre-passos.

Enquanto viajo para não te encontrar,
Me vejo procurando desculpas para não me vender,
Nos seus carinhos baratos, fantásticos,
Que me faziam viver.

Mas me lembro de supetão,
Que de carinhos já não sou mais feito,
E de amores já não vivo,
Apenas escorrego na vida, 
Na esperança de cair em um buraco,
Fundo, opaco, me encontrando novamente, em você, minha flor.

E como sempre é fechada, 
Com faltas,
Essa porta, 
Que ainda insiste em rebater... 

Contra o vento que soa, 
O beija-flor que voa, 
Amores sem juízo, sem volta...

 Enquanto eu pensava, 
Que te teria aqui, por perto, 
Indeterminado tempo, tempo sem momento, 
Sem hora pra acabar...
 "Você", faz do nosso amor um brinquedo 
E sem cessar esmaga um sentimento, 
Que eu JAMAIS ousaria em desperdiçar.

O não ter, o não ser e o não viver,
Me parece melhor do que achar ter o que eu tinha, 
Ser alguem que eu era,
E viver uma vida ilusória, falsa história,
Conto de fadas,
E por quê ainda penso a respeito?
Decifrando códigos incompreensíveis, 
Procurando ao menos uma explicação digna, 
Do que eu tinha, do que eu fui e do que eu vivi.

Grandes e meros detalhes, 
Que ainda me invadem, 
Esse menino inocente, 
Que se encontra em off, mas que pretende se libertar, 
Daquele seu carisma, do seu olhar azul e do dia em que te conheci,
Naquela praça, sob uma noite meiga e intensa, mais sereno luar.

A música que me corrói,
O porta-retrato com nossa foto, onde você estava bem, meu bem.
 A saliva já não passa pela garganta, 
Ela está presa na melancolia e nas lembranças,
 De um dia em que meus braços foi seu arem, 
Onde eu era seu e de mais ninguém, 
Cego no protótipo do amor, 
Que você lançou para o espaço, 
Sem nenhum sentimento envolvido, a não ser os meus...

Só espero que você se recorde, que um dia eu fui seu Romeu... 
Mas, antes um sentimento, 
Do que a morte, maldita sorte,
Que mesmo "vivo", me aprisiona nesse corpo nú,
De alma, coração e espírito.


Tatiane Salles & Hairton Silveira Jr. 

sábado, 5 de maio de 2012

... Entre todas as aspas./Falsário teatro, que saiu de cartaz!

"Querido".

As informações são múltiplas.
Sou poetiza de manhãzinha.
Estudante à tardãzinha.
E logo após, na tarde reluzente dos cansaços,
Quando a magia noturna se avizinha,
Eu voltava para casa, só pra "sonhar".
E sonhava... Eu sonhava que:
Estávamos "juntos", que nós dois estávamos "juntos".
No embalo do "compasso",
Da "música", do "tempo", das "asas"...
E mesmo que o seu nunca fosse concomitante ao meu,
Até na força irrestrita do "pensamento"...
... Entre todas as aspas.
Ao amanhecer...
Que é quando tudo de novo se aproxima,
Sucessivamente da noite pro dia,
Vestido rodado, voz feminina, sorriso largo...
Que esperava novamente por encontrar,
Suas encenações, que fingiam estar presentes,
Que me envelhecia com os seus "passos" estridentes e o seu orgulho nato,
Com "saudades", ausentes...
No seu mais velho e falsário teatro "mágico".
Mas o que era sucesso,
Hoje saiu definitivamente de cartaz
 E se deu por encerrado.
Sem previsões de nova estreia...
Desprazeres da arte.
05/05/2012


Tatiane Salles.

sexta-feira, 4 de maio de 2012

Retratos de uma "vida".

Farol aceso,
Vidro fume fechado,
É como ela se sentia,
Num pesadelo inconsequente,
Acelerando, "vagarosamente", em um carro.

Mal de Parkinson?
Ela treme e teme esse local tão tenebroso,
Como se aquele fosse o último suspiro,
Que pelo pulmão tivesse adquirido,
Sem sequer, esforço.

Alterava de modos com mais aparente facilidade,
Delírios, ataques...
E de um minuto pro outro recuperava sua moral,
Psicologicamente fatal,
Esse também ser, que o outro mundo invade.

Transtornos de uma "realidade" bipolar,
Psicose maníaco-depressiva
Mania da melancolia,
Que os pobres de espírito transpareciam sentir pena...
Rose era normal, sadia;
Só, que, vivia, 
Um amor mal resolvido,
Vicioso, fictício, corrosivo,
Retratos de uma "vida" esquizofrênica.


Tatiane Salles.

quinta-feira, 3 de maio de 2012

Passos.

Despreocupe-se. 
É só o tempo lá fora. 
O vento te buscando e te levando, 
Deixando sem buracos o que ainda não se cumpriram as etapas.

E tudo parece tão distante...
 Mas na verdade esta bem perto.
 Mais perto do que imaginei, bem mais perto do que eu mesma planejei...
 Bem mais perto que o Sul, que o Norte, do que qualquer outra esfera, do que qualquer outro lugar. 
Esta aqui! 
Onde não tem como chegar, não tem como alcançar, não tem como se ver... 
Esta bem aqui, a onde não tem como esquecer.

Fora do meu espaço, algumas coisas ainda parecem escuras, obscuras, 
Escuras; mas o sol ainda aponta para que à luz adentre
Aqueles passos inquietos e confusos, que ousaram com coragem, 
Andar sobre as folhas jogadas ao chão.
 Passos que os ventos não apagarão.
 Permanecerão, intactos, como marcas do caminho,
 Percorridos para que chegassem ao outro lado da nascente,
E pudesse olhar para aqueles passos tortos, 
E ver que todos eles valeram a pena para chegar à onde hoje estou.
Bons ou ruins?
Dependeram de escolhas.
E eu fiz a minha.
(...)



Tatiane Salles.

quarta-feira, 2 de maio de 2012

Talvez.

Talvez, amar, seja mesmo isso,
De querer a felicidade "alheia",
Mesmo que você não tenha,
Probabilidade alguma de estar ao lado.

Talvez, não haja "eternidade" na terra
E nem tom de cor alguma, 
Arco-iris, aquarelas...
Mas e meus olhos, são de que cor?

Talvez, todo labirinto "não" tenha mesmo saída.
Envolvimentos singulares,
Que permanecem em um cofre,
Trancado a sete chaves,
Nos calcanhares de um pobre coração.
"Desnecessária" prisão.

Talvez, toda personalidade seja de cheiro simples
E tenhamos dificuldade para senti-la,
Da mesma maneira, que, naturalmente é.
Ou talvez, em tantas, isso não se prossiga.

Talvez toda escrita seja desprovida
E entre diversas questões exista...
 Um talvez refletido a cada palavra e a cada verso.
Hipótese, ou fato concreto?
Talvez! (...)


Tatiane Salles.

terça-feira, 1 de maio de 2012

Anáfora fantasma.

São tantas...
Palavras, 
Palavras, 
Palavras.
Enrole, enrole.
E isso nem é uma hipérbole.

...

Dói tanto esse lirismo incerto
Puro em todos os sentidos,
Hora com argumentos, correto,
Outras, louco, varrido.

...

Imprecisão é fogo,
É uma metáfora descontrolada,
É ódio e amor, amor e ódio,
É uma anáfora fantasma.


Tatiane Salles.