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terça-feira, 17 de julho de 2012

Partitura dos sonhos.

Em suas curvas,
Vejo o desejo marcado.
Onde ontem, só havia,
O meu, em te-lo.
Esse seu modo de sorrir,
Sorriso transferível,
Que faz-me sentir palpitações.
Nesse seu céu azul, 
Suave loucura se expande.
E esse banho sereno de impulsos,
Faz preencher vazio.
Vazio de instintos poucos,
Ao zumbido do violino...
Que sobrevivem quietos,
A partitura dos sonhos.

Aos desejos.
Ao que sobrevivi. 


Tatiane Salles.

segunda-feira, 16 de julho de 2012

Se foi.

Quando o dia passar,
E se for o sol,
Talvez seja tarde,
E a vontade de estar,
 Já não esteja mais fluente em mim.
Lembrarás.
Lembrarás quando anoitecer,
E a luz não parecer tão clara como era.
Quando todas as lágrimas que derramei,
Fizerem parte dos seus olhos.
Daí, só então, recordarás.
Recordarás, que nunca te desejei mal algum.
Que inúmeras vezes busquei flores pra te alegrar,
Que senti sua falta e que todas as palavras que eu escrevi,
 Tiveram um pouco de você.
Que as cartas que eu não mandei 
Permaneceram sempre guardadas aqui comigo.
Que tudo o que fiz, foi pensando no seu bem.
Que eu te amei, mas deixo sua vida agora.
Entregue-me.
Entregue-me esse coração.
Que você não soube amar e que eu te dava.
Devolva-me esse coração.
Que você não soube amar e o que eu te dava;

Se acabou, se despediu, voou... 
Se foi.

As lembranças.
A despedida.


Tatiane Salles.

quinta-feira, 12 de julho de 2012

Mera ficção.

Cinema. Das estórias que poderiam ter virado histórias... Nada acontece. Nada aconteceu. Talvez fosse o medo de que as cenas principais não fossem bem retratadas. Que as interpretações não ficassem na memória. Que o elenco simples se tornasse parte principal do enredo. Que fossem apenas figurantes, ou qualquer outro papel que chamasse menos atenção. E era o oposto.
Um querendo chamar mais atenção que o outro, e os outros, até esperavam algo a mais disso. Disso que nem teve nome e que se teve, por descuido se perdeu. E eles cansaram de discutir. Discutir o improvável de dar certo... Tempo perdido, mas que de qualquer maneira, fazia bem. Nem sei de qual bem estamos falando agora, creio que seja aquele bem que a gente sente quando gosta mesmo de uma pessoa, mas que ao mesmo tempo se sente mal. Mal em saber que nunca passaria daquilo, de um simples roteiro sem estréia. Sem ter final feliz. E sobretudo, ela ainda se sentava para refletir e escrever sobre suas decepções. Escrevia, apagava, reescrevia, apagava, reescrevia... Como se fosse mudar os planos que não deram certo no passado. Como se fosse escrever seu próprio destino. Como se tudo isso nunca tivesse tido um fim.
E como sempre, ela escultava o que ele tentava explicar, com palavras meio como se falasse outro idioma, mas que ela compreendia, só não demonstrava. Também, ô gênio forte dessa menina, meu DEUS. Era mais que complicado entende-la. Que dizia gostar, mas que não fazia absolutamente nada para que fluísse. Que prometia com atitudes calorosas para com ele, só que não as cumpria da forma desejada. Erro! Que se sentia mal, por não fazer somente a si, mas por fazer mal a ele também... E com isso ela adoecia e não se cuidava. Vivia por procurar alternativas, se perdia, se achava, se perdia; nos cenários da obra. Se perdia mais ainda nos ponteiros que soavam alto, no atraso do relógio, que vinha de leve, como se não quisesse a felicidade dos dois. As vezes ela se questionava, - Por quê é tão confuso? Se existe sentimento, por quê é tão difícil assim? Ela não era assim, inteiramente desalenta, desatenta... Só se desviava do caminho quando sonhava mais que a caminhada. Ela não era completamente distante. Só não se permitia ficar em meio. Por isso desencaminhou, ele sempre soube.  E no meio da reflexão, vinha o diretor, com voz forte, repassar as cenas do dia, para o último teste. E do fundo eles se viam... Era como acorde de violão desafinado, como centenas de barulhos que tocavam intruso dentro da menina. Se perguntando ainda, - Quando foi que permitiu lhe dizer mais de mil vezes coisas que ela nunca teria oportunidade de dizer à ele? Se perguntando, - Por quê foi e voltou tantas vezes, se não tinha intenção de ficar para sempre? Inconsequente! Mas já ele...  Ele não gostava, mas ouvia suas canções tediosas, que te faziam bem, só em saber que parte dela estava com ele. Ela era melancólica, mas ele amava o que ela escrevia, escritos que entediavam, mas que ele lia. Lia todos. Lia para adoecer junto, de ver suas tentativas inábeis de permanecer equilibrada no meio fio das palavras. Lia porque os mantinham-vos mais perto, e te-la com ele, mesmo que fosse só com palavras, o deixava melhor. E de longe, ela se sentia melhor também... Numa coisa eles combinavam: Ela sorria por dentro, e ele gostava do sorriso dela. Ele sorria por dentro, e ela gostava do sorriso dele, concomitante. Não! Toda essa unilateralidade não os faziam pequenos sobreviventes, fúteis, ou coisas do gênero. Muito pelo contrário. Se é isso que pensa, é porque nunca viu a forma com que se davam, se tratavam, se gostavam. É porque nunca viu como pediam desculpas, se cometiam erros. É porque nunca se embebedou de tal sensação. Ficava bobo quando ela o chamava pelos apelidos carinhosos. Ria bastante dos seus desenhos prediletos. Ficava bravíssimo quando ela falava de outros garotos, - Era recíproco, né?! Tá, era. rs. Perdiam noites de sono discutindo por ciúmes. Que à "encantava" e ele nem percebia.
 Eles eram assim, complicados. Cheios de pontos de vista diferentes, cheios de inventar histórias e pessoas. Sendo que na verdade, esse era pra ser o papel do grande roteirista... Aquele que escreve as cenas, dentro e fora dos filmes. Aquele que tem poder único, mas que por interveniência deles, foi impedido de terminar. Que por serem assim, perderam o papel principal e até a chance de serem figurantes (como temiam a principio). Perderam o poder de serem o que sentiam. Perderam os bastidores, a festa de estréia, o reconhecimento, a presença e o espetáculo cinematográfico. E principalmente perderam a participação mais prazerosa. A possibilidade de viverem a vida real, que dali em diante, sem eles, tornou-se efetivamente, mera ficção.

Ao que se perde num piscar de olhos.
As histórias e estórias.
A eles.


Tatiane Salles.

domingo, 8 de julho de 2012

A-luz-da-lua.

Originalíssima é a lua. 
Que muda de fazes sem pedir licença.
Tão pura, sem o proposito
Que há em cabeças 
Do mesmo formato dela, por aí.
Arrendondada como o círculo,
Que promove aquele gigantesco bem-estar,
Quando por conta própria, fica cheia.
Cheia de vivacidade e nudez.
Que, no nocturno, 
Faz brilhar sua ingenuidade.
Mesmo que com o tempo,
Retornando-se à 
Minguante, nova e crescente.
Mas que todavia se prepara, 
Para como as estações,
Renascer mais bonita e elegante;
Idêntica à primavera.
E encantar-nos novamente,
 Com a vossa saudosa e grande
Rodela potente...
A luz da que reluz. 
A-luz-da-lua.

Aos apaixonados pela lua.
A ela.



Tatiane Salles.

quinta-feira, 5 de julho de 2012

Lacunas do amor.

Seus olhos atraem o meu olhar.
Quando não, minha boca quer a sua.
E se negamos, 
Vozes do interior se encarregam de persistir e permitir-nos.
Já os pontos, esses brigam por nós dois.
Interrogações e reticências não se dão.
Letras se dispersam.
Vogais e consoantes não se encontram mais em via unica,
Para o caminho da estrada.
Que de pedra, de pedra era;
A estrada dos sonhos...
Sonhos transparentes, 
Das lacunas do amor.

Aos indecisos.
Aos que vivenciam uma história complicada.
Aos que se vê em intervalos.
Aos que se 'amam'.


Tatiane Salles.

terça-feira, 3 de julho de 2012

Confrontando.

Chora, um músculo do nosso corpo.
E do lado oposto, 
Os experientes rogam para que pare.
Para que pare de derramar o sangue,
Que só ele é capaz de transportar.
E lá de fora, todo perfume se converte em lágrimas.
Que caem naturalmente pela pele já em neutro.
Faces perdidas no breu do lugarejo sem poste.
Faces perdidas da alma, 
Como um pássaro impossibilitado de voar.
Sem qualquer distinção.
E nos sonhos, ele é príncipe.
Assim como foi na realidade.
Carregando consigo no distante de mim,
A parte de também querer.
O 'impossível' de querer,
Nos insensatos corações que sofrem,
Por ambos não se terem...
Confrontando com o mais possível de amar.

Aos que amam.
Aos remotos.
Ao sentimento que prevalece.
Aos 'impossíveis'.


Tatiane Salles. 

Agradecimento.

É um momento muito importante pra mim. Alcançamos 200 seguidores. Falo no plural, porque somos uma família. A família Só Para Dizer.
Agradeço primeiramente a DEUS por toda a inspiração... Por todo carinho com que me receberam na blogosfera, todo apoio que me deram e que ainda dão, todos os comentários, todos os elogios, toda palavra amiga e verdadeira, todo incentivo... Sem vocês, esse universo seria triste e solitário. Agradeço também a todas as visitas, todos os que direta ou indiretamente leem o que eu escrevo e que se contentam com isso. É muito bom saber que você consegue transmitir emoção com apenas palavras, essas que traduzem o seu cotidiano ou até mesmo o que você sente. Lembro de um dos primeiros textos que eu escrevi aqui, que dizia: "Não é nada pessoal. (Talvez, tudo o que é escrito seja...)" E realmente, tudo o que é escrito aqui, tem um fundo meu. Que se torna seu, nosso e de todos os que partilham do meu mundo. Sou imensamente grata por nunca me deixarem e por dizerem por mim quando me faltam palavras nos post's. Sou feliz, muito feliz por compartilhar dessa imensa alegria com vocês. Que todo esse retorno que eu recebo, se reverta em forma de positividade e luz para mim e para todos os que deveras ainda tem muito à dizer. Obrigada!

Ofereço esse selinho de comemoração. Aceite-o, em forma do grande carinho e consideração que eu tenho por cada blog amigo do Só Para Dizer. É do meu coração, para o seu.  

Paz, amor e poesia!


Tatiane Salles.