Acena de bem longe e muda de calçada.
Muito de tudo o que já existiu
se perdeu com o vento atípico de ontem, talvez...
Nós também.
Na altura do campeonato,
a única diferença é que você ainda aparece vez em quando
para vistoriar um terreno aqui ao lado.
Essas suas idas e vindas são interiormente congestionantes,
porque na maioria das vezes você passa pelo meu jardim.
E quase seca as roseiras com os olhos,
e quase rega a grama com meia dose de saudade-ácida,
e quase abre a janela pra sentir de perto esse meu cansaço que coagula,
e quase grita que ainda me ama.
Eu de dentro também quase grito.
Nós paramos quase sempre no "quase".
Qualquer dia desses te digo,
que você cheira flores quando me vêm cumprimentar
e falar brevemente das suas trivialidades com a vizinha, amor.
Espero que sua fragrância mude com o tempo também.
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Mas antes de tudo,
eu só queria saber
como me desprender definitivamente
das suas alvoradas.
Aos quase...
Tatiane Salles.
Meia dose de saudade
ResponderExcluirMeia medida de dor
Meia porção de verdade
Meia verdade de amor...
Um abraço inteiro, Tati.