Enquanto escrevo estes versos,
Percebo que o vazio é o mais triste,
Enquanto minha mente insiste,
Que o amor ainda existe...
Enquanto discutem a minha aparência,
O meu eu pede licença,
Para o amor não encontrar vagando,
E por você de novo se apaixonar, (mesmo já estando).
Enquanto meço minhas ações,
Vejo que o alcool aflora meu sentimentos,
Porém não tira o tormento,
E nem volta no tempo.
Ah, se voltasse...
Maldito relógio cronológico,
Me fez perder no espaço,
Fazendo de mira meu coração,
E o quebrando em pequenos pedaços.
Enquanto penso em você,
Me pego contradizendo comigo mesmo,
É inevitável,
Eu não esqueço.
Ficaram guardados,
Bordados, remendados,
Os mesmos cacos que até hoje eu tristemente carrego,
Entre-linhas, entre-passos.
Enquanto viajo para não te encontrar,
Me vejo procurando desculpas para não me vender,
Nos seus carinhos baratos, fantásticos,
Que me faziam viver.
Mas me lembro de supetão,
Que de carinhos já não sou mais feito,
E de amores já não vivo,
Apenas escorrego na vida,
Na esperança de cair em um buraco,
Fundo, opaco, me encontrando novamente, em você, minha flor.
E como sempre é fechada,
Com faltas,
Essa porta,
Que ainda insiste em rebater...
Contra o vento que soa,
O beija-flor que voa,
Amores sem juízo, sem volta...
Enquanto eu pensava,
Que te teria aqui, por perto,
Indeterminado tempo, tempo sem momento,
Sem hora pra acabar...
"Você", faz do nosso amor um brinquedo
E sem cessar esmaga um sentimento,
Que eu JAMAIS ousaria em desperdiçar.
O não ter, o não ser e o não viver,
Me parece melhor do que achar ter o que eu tinha,
Ser alguem que eu era,
E viver uma vida ilusória, falsa história,
Conto de fadas,
E por quê ainda penso a respeito?
Decifrando códigos incompreensíveis,
Procurando ao menos uma explicação digna,
Do que eu tinha, do que eu fui e do que eu vivi.
Grandes e meros detalhes,
Que ainda me invadem,
Esse menino inocente,
Que se encontra em off, mas que pretende se libertar,
Daquele seu carisma, do seu olhar azul e do dia em que te conheci,
Naquela praça, sob uma noite meiga e intensa, mais sereno luar.
A música que me corrói,
O porta-retrato com nossa foto, onde você estava bem, meu bem.
A saliva já não passa pela garganta,
Ela está presa na melancolia e nas lembranças,
De um dia em que meus braços foi seu arem,
Onde eu era seu e de mais ninguém,
Cego no protótipo do amor,
Que você lançou para o espaço,
Sem nenhum sentimento envolvido, a não ser os meus...
Só espero que você se recorde, que um dia eu fui seu Romeu...
Mas, antes um sentimento,
Do que a morte, maldita sorte,
Que mesmo "vivo", me aprisiona nesse corpo nú,
De alma, coração e espírito.
Tatiane Salles & Hairton Silveira Jr.