Passaram-se os dias, nada mudou. Sente-se, sinta e expresse.Vamos regar o que resta. Já que palavras tenho, mas não sei como as usar. E nem se queres usa-las comigo, já que teu silêncio agora é mais uma particularidade com a qual eu tenho que conviver. E há quem diga que nada é irrelevante. Se não fosse... Ah, bem que uma hora você acaba relevando. Relevando o que a princípio era tudo de lindo pra nós. A nossa amizade, afinidade, nosso apego, nossa preocupação um com o outro, nossa companhia, nossa distância mais próxima que 1 e 2. Que possui uma dizima periódica infinita por entre, mas que são vizinhos, assim como era o nosso sentimento.
Se é que existiu mesmo um nosso pra você na 'nossa' história, na nossa construção, que foi breve, mas foi concreta e que por um certo instante se eternizou, assim como me fez amadurecer. Amadurecer o que de escuro me cabia, pois o que de claro te cabia, escureceu-se como a sombra do orgulho que lhe assombra todas as vezes que se esbarra com o meu ser, que sem querer, pareço não mais agradar-te. Que prefere ficar distante e me deixar distante, como se eu não tivesse tido significância o suficiente para permanecer em sua vida. Como se eu fosse verdadeiramente desnecessária pra você.
E se te calas? Eu me calo. Fria, pura e serena, igual a tua forma de querer se conter, quando de fato sabes que me atinge; como aos laços que você desatou 'sozinho' com sua sempre forma de precipitar todas as decisões, ou de querer me magoar propositalmente... Não acredito que venha a ser outro motivo, mesmo que no fim de tudo, negue.
Eu só não acredito mais!
Não acredito.
Não acredito nas desculpas que me dava, caso fosse o errado.
No que me falava, sem se-queres ter visto.
Não acredito na música que você diz que toca,
Tão pouco o simples fato de estares ali comigo, enquanto conversávamos.
Nas suas 'declarações' indiretas.
Não acredito nos tons das mensagens que foram deixadas a mim,
Creditadas com um 'não se esqueça' no final.
Nem no número discado, ligação que nunca se fundou.
Não acredito nas suas ocupações, muito menos no 'fato' de estar me lendo, aqui, agora.
Nem que ouvistes uma música e pensaste em mim, em 'nós'.
Não acredito não.
Não acredito na sua paranoia, no seu ciúme,
No seu cuidado, carinho e atenção.
Se fossem realmente verdadeiros, não se afastaria assim.
Não acredito no seu gosto, na sua preferência
E se queres saber, nem no seu andar eu acredito mais.
Não acredito nos lugares em que você me dizia ir,
Nas pessoas que estavam contigo, nem no que fazia.
Não acredito no seu bom/mal humor, já que este, você sempre alternava.
Enfim, não acredito nas suas mentiras e ainda menos, nas verdades.
Não creio e não quero mais as suas 'promessas'.
Não acredito e não quero seus planos.
Não me quero aqui.
Eu só acredito no que se abstém, no que não me dizes.
Eu só acredito quando nada diz e prefiro que fique assim, como está.
O complicado dói, porém é mais 'bonito'!
O justificável, engana!
E vai ser assim...
Como soar-lhe o intocável.
Como tocar o Rock in Roll.
Ao silêncio.
Ao despertar da razão.
Tatiane Salles.